Há ideias que germinam
O temporal de 25 de Novembro de 1967 atingiu de forma severa toda a região da Grande Lisboa, designadamente os concelhos de Lisboa (ribeira de Alcântara), Loures (rio Trancão: Urmeira, Frielas, Póvoa de Santo Adrião, Odivelas (quinta dos Silvados), Vila Franca de Xira, Alenquer, Castanheira do Ribatejo (lugar de Quintas), e Oeiras. Foram incontáveis as perdas em haveres resultantes daquelas horas seguidas de chuva torrencial como não há memoria nesta terra. O lugar da Ribeira da Lage foi o mais atingida na zona de Oeiras e ficou numa situação agravada devido à dificuldade de acessos. Foi preciso pensar em maneiras práticas de apoiar aquelas numerosas famílias, algumas destroçadas e em forte adversidade.
E assim tudo começou
Na paróquia de Oeiras, que então
englobava todas as áreas atingidas, começou a pensar-se a
sério na maneira de apoiar estas e outras zonas mais
carecidas. Assim surgiu o Secretariado de acção Social (SAS)
da paróquia, cuja primeira reunião teve lugar a 9 de Janeiro
de 1968. Foi no mês de Outubro de 1968 que abriu o Jardim
infantil e a sala de estudo de Oeiras. Em Julho de 1969
fez-se no acolhimento da igreja a matricula de crianças para
o colégio Paroquial e para o Jardim Infantil da Casa do
Miúdo ou da sala de estudo. Este Jardim infantil foi montado
para ajudar os pais e mães de família que, durante o seu
trabalho, não tinham a quem confiar os filhos. Na foto em
cima, podemos ver o Pe. Fernando da Silva Martins
(sorridente ao centro) junto do saudoso Cardeal Patriarca de Lisboa D.
António Ribeiro.
O projecto nunca deixou de crescer e
passados dez anos entrou em funcionamento um Centro de Dia
para a 3ª idade que recebia pessoas com mais de 60 anos e
trabalhava em saudável convívio, fornecendo almoço e lanche
aos seus utentes. A sua inauguração solene ocorreu em 30 de
Abril de 1980, com inúmeros convidados, entre os quais a
Dr.ª Manuela Eanes, mulher do então Presidente da Republica,
a Secretária de Estado da Segurança Social, Dr.ª Teresa
Costa Macedo, o Governador Civil e o Presidente da Câmara
Municipal, Eng. Silva Ramos. Nessa altura, tanto o Jardim
Infantil como o Centro de Dia apresentavam a sua capacidade
completamente esgotada.
Em 1990, a assistência ao domicilio já
era um sector muito activo. tratava de famílias
necessitadas, doentes, idosos e incapacitados. Além de
servir refeições quentes, de limpar as casas e de cuidar da
roupa, distribuía também mercearias e roupas, com pessoal
que tudo faz com um indizível calor humano com imenso
carinho. O saudoso Patriarca D. António Ribeiro vinha com
alguma frequência a Oeiras e seguia com interesse os
problemas da localidade.
O Centro Social Paroquial de Oeiras, é hoje uma realidade, que fica muito além dos serviços que presta e das suas instalações. O Centro Social Paroquial de Oeiras é uma massa humana, cheia de empenho e bondade que durante mais de quarenta anos tem trabalhado com o mesmo animo e empenho em prol dos mais necessitados.
